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Caiu a gota de água lá do céu
no chão dum alto monte pedregoso,
jogando o seu destino duvidoso,
depois que a nuvem densa a desprendeu…
No solo penetrou, qual negro véu
que oculta no seu ventre tenebroso
a luz mais veemente, o sol radioso,
e nele se sumiu, perdida em breu…
Entrando numa fenda breve e esguia
não vendo à sua frente um horizonte,
sentia-se perdida e sem ter guia.
E assim foi deslizando pelo monte,
até que viu de novo a luz do dia
ao ser a gota de água duma fonte!
(Rui Rosas da Silva)
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