Características psicológicas da criança de 8 e 9 anos
8 ANOS
1. Características psicológicas
1.1. Possui um grande afã de crescer e manifesta interesse pela sua anatomia interna.
1.2. A sua personalidade é mais expressiva, os seus gestos, são mais seus.
1.3. Sente-se consciente de si mesma como pessoa, reconhece algumas das diferenças em relação aos outros e expõe-nas. Pensa muitas vezes em “si mesma”.
1.4. Costuma sentir-se centro de qualquer cena e dramatizar-se.
1.5. Quer que o adulto seja parte do seu mundo, com o que apresenta exigências e quer que se actue de acordo com as formas que ela determina.
1.6. Procura viver, no entanto, segundo as normas dos demais.
1.7. Sente-se mais identificada com a família e necessita dela – porque esta exerce, sobre ela, uma influência preponderante.
1.8. É sensível aos desacordos e antagonismos entre os membros familiares.
1.9. Necessita, por isso, que as relações recíprocas com as outras pessoas se encontrem em equilíbrio.
9 ANOS
2. Características psicológicas
2.1. Aos nove anos muda para melhor. Diminui a tensão e as asperezas anteriores. O seu comportamento é mais acessível e responsável.
2.2. É activa, tem numerosos interesses, como: trabalho escolar, alcançar êxitos em qualquer tarefa, fazer sempre coisas…
2.3. Está também atarefada com as suas preocupações.
2.4. Planeja com pormenor o seu futuro.
2.5. É muito sensível e afectam-na os problemas, especialmente os que provêm da amizade, preocupando-se às vezes vários dias.
2.6. Vai-se afirmando na sua personalidade e individualidade, o que as torna diferentes umas das outras.
2.7. O seu mundo imaginário é mais real que o verdadeiro.
2.8. É a idade dos tesouros pessoais, muito cuidados e muito próprios, das colecções , embora não sejam organizadas.
2.9. Emocionalmente, sente necessidade de pedir perdão, sobretudo aos 8 anos.
2.10. Aos 9 anos, no entanto, possuem um grande sentido da rectidão e da justiça, e querem que a culpa se distribua equitativamente.
2.11. Sente inclinação para entrar em conflito com os outros. Procura desculpas para justificar a sua atitude.
3. Atitude das pessoas implicadas na sua educação
3.1. É necessário aceitar a criança tal como é, em cada momento do seu desenvolvimento, para ajudá-la a formar a sua personalidade.
3.2. Conservar um clima de confiança fácil e mútua entre pais e filhos, que lhe dê segurança e equilíbrio.
3.3. Precisa de ajuda nas suas relações pessoais.
3.4. A mãe continua a desempenhar um papel muito importante na sua vida, embora o pai receba uma dose cada vez maior de afecto, se responde à criança de modo a adaptar-se a ela.
3.5. As tarefas que vinha realizando até esta idade interessam-lhe menos, daí a conveniência de lhe dar novas responsabilidades de maior categoria.
3.6. Sabe trabalhar com maior independência, mas precisa que lhe repitam as coisas com bastante frequência.
3.7. As recompensas são muito úteis nesta idade. Convém fazer-lhes ver o valor da recompensa, não só a do tipo monetário – uma vez que há outros recursos para ajudar a criança, sem que estes sejam fim em si mesmos.
3.8. O encargo de irmãos mais pequenos é positivo, se se ajuda a começar bem e se lhe dá pautas de actuação, manifestando mais tarde o agrado que nos produz o que fica bem feito.
3.9. Convém ter certas restrições quando realizam actividades, especialmente lúdicas, pois a sua propensão é para entrar em demanda com frequência.
3.10. Às vezes basta um olhar para corrigir a sua actuação, mas trabalha melhor com estímulos e motivações.
3.11. Convém ajudá-la, ainda, a organizar os seus tempos de ócio.
3.12. Ler com elas é importante; nesta idade sentem mais satisfação escutando uma leitura, do que lendo, mas convém estimulá-la pelo gosto à leitura própria desta idade.
3.13. Na sua vida escolar convém estimular o interesse que tem por tudo o que se relaciona com o colégio. Dar-lhe responsabilidades concretas.
3.14. A organização de excursões, visitas culturais, etc., têm duplo objectivo: por um lado, sentido pedagógico, e por outro, ocasião para uma relação pessoal.
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Bibliografia:
GESSEL, Psicologia evolutiva de 1 a 16 aflos, Ed. Paidós, Buenos Aires, 1963.
HURLOCK, Desarrolio Psicológico dei Nulo, Ed. del Castillo, Madrid, 1963.
“Nuestro Tiempo”, nº 211, Janeiro 1972. Este número é dedicado todo à adolescência.
HURLOCK, Psicologia de la adolescência, Ed. Paidós.
DEBESSE, La adolescência. Vergara. A adolescência é abordada do ponto de vista individual e social.
MORAGAS, Pedagogia familiar, Ed. Lumen, Barcelona, 1964.
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