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– Cupido Manuel, chega aqui

por Educar bem
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– Cupido Manuel, chega aqui.
– Sim, pai. O que foi?
– O que foi? Ainda tens coragem de perguntar o que foi? Quando é que levas o teu trabalho a sério? Não achas que está na altura de abrires os olhos?
– Mas, pai, o amor é cego…
– Calou. Tu vê lá se te orientas. Tenho o email cheio de reclamações. É só amores trocados, amores não correspondidos, amores impossíveis. Mas que raio andaste tu a fazer na escola que não acertas uma? Isto é uma coisa de muita responsabilidade. Não podes andar por aí a disparar em qualquer direção. As setas estão caras. E quando falhas o alvo quem paga é o coração.
– Sim, pai, vou estar mais atento.
– Vá, juízo. Leva aquelas setas novas. Chegaram hoje. O Vulcano fez-me um desconto. Não as desperdices. Não gastes setas com os corações dos pais e das mães. Nesses, o amor já vem incluído. Ouve. Presta atenção. As setas maiores são de amor para a vida toda. Depois há algumas de primeiro amor. Não as confundas com as de amor de Verão. No outro saco, estão algumas de amor ao próximo e de amor pelo conhecimento. Agora vê lá. Ah, outra coisa. Cuidado com os corações de manteiga, vê se a seta não escorrega. Depois o amor fica barrado e não pode ser.
– Está bem, pai, vou dar o meu melhor. Vais ficar orgulhoso de mim. Vou pôr as asas. O amor vai estar no ar.🥰

Texto de Elisabete Bárbara
Ilustração em pinterest.pt

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