63
Tocava um violinista docemente
a velha melodia conhecida,
em sons que assemelhavam esta vida
igual, e ao ser assim, também diferente…
Seu arco, ao cirandar, nervosamente,
por cima duma corda distendida,
lembrava a teimosia repetida
dum velho que reitera o que diz sempre…
Mas tanto porfiava, que eu ouvia,
nos sons que ele criava sem cansar,
aquilo que entendi da melodia:
a vida é o dia-a-dia, sem mudar,
o resto é a cor do nada, a fantasia,
que tanto nos enleva ao escutar…
(Rui Rosas da Silva)
Artigos relacionados
-
60