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Chegou-me a poesia ao fim da tarde,
em fala sem ter voz, quase inocente,
ficando eu sem saber, sinceramente,
se foi um falso alarme ou foi verdade…
Aceno que eu nem sei se é veleidade,
gerou estro tão seco e pouco ardente,
foi mar sem tempestade, a vaga ausente,
foi verso sem calor, sem entidade!
Se veio de meu peito, eu não sei bem.
Só sei que ele esboçou em morna cena,
o sonho que inda vivo e me retém,
fazendo-me sentir qual leve pena,
no vento que a levou, e em seu vaivém,
ergueu ao céu do ocaso este poema…
(Rui Rosas da Silva)
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