East of Eden
Realizador: Elia Kazan
Actores: James Dean; Julie Harris
Música: Leonard Rosenman
Duração: 115 min.
Ano: 1955
Um filme baseado no romance de John Steinbeck. Trata-se de um drama familiar, onde dois irmãos com personalidades muito diferentes se vão enfrentando. A presença do pai é uma constante, enquanto que a mãe embora ausente, desempenhará um papel crucial. O filme é duro. Os seus personagens são pessoas de carne e osso. E aqui é que está a lição do filme. Em todas as empresas lidamos com pessoas. São elas que fazem o sucesso ou criam o fracasso de qualquer iniciativa. É famoso o episódio do filme sobre o investimento na fábrica de gelo, em que tudo vai por água abaixo… ou também a cena onde James Dean regressa a casa com dinheiro para dar ao pai e este recusa pela motivação e origem que estava por detrás desse valor monetário. As intrigas e as disputas familiares corroem qualquer hipótese de recomeçar novas iniciativas, de procurar desenvolver actividades inovadoras, de correr o risco de enfrentar desafios promissores. Pelo contrário, tudo se concentra na inveja mesquinha, nos rancores, paralisando a vontade e tantas energias que são assim desperdiçadas pelo capital humano, que é o verdadeiro e mais importante capital que podemos encontrar em todas as empresas.
Ao longo de toda a narrativa o que se vai desenrolando perante o olhar do espectador são vidas. Mas não são estereótipos estáticos, fechados. São pessoas normais, com os seus defeitos e qualidades, com as suas atitudes acertadas ou erradas, mas que evoluem, voltam atrás, recomeçam ou obstinam-se teimosamente numa decisão sem reflectir. E torna-se muito claro como o ambiente familiar repercute no melhor ou pior desempenho profissional. Este é um dos segredos da produtividade: a sua dependência de uma boa estabilidade emocional, que por sua vez está intimamente relacionada com a situação familiar.
Uma questão cada vez mais debatida no âmbito económico é a conciliação entre família e trabalho. Mas não podemos esquecer que tanto na família como no trabalho o que há são pessoas. E vale a pena apostarmos nelas! No final do filme quem resolve tudo é uma pessoa. É que ao contrário da frieza implacável dos números, no caso das pessoas há sempre a possibilidade de assumir a verdade e enfrentar a realidade. E nesse caso, a criatividade é infinita…
Tópicos de análise:
1. A importância da formação pessoal.
2. A competitividade sem motivo e sem objectivos gera a desconfiança.
3. Um ambiente de intrigas paralisa todas as iniciativas e consome energias.
4. Reconhecer um erro e recomeçar novamente pode ser o início do êxito.
Encontra aqui uma curta apresentação de algumas dezenas de filmes, contendo os dados principais de cada um deles, um resumo e alguns tópicos de análise. Não se trata de filmes aconselhados por nós, mas apenas de algumas ideias que podem ajudar a escolher um filme ou a tirar partido dele do ponto de vista educativo.
Colaboração de Paulo Martins, Mestre em História e Doutor em Cinema.