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Nas horas que sucedem eu lá vou,
qual carro sem ter óleo, sem ter força,
batendo aqui e ali, mais uma mossa,
chiando em carpideira que emperrou…
Às vezes não sei bem onde é que eu estou,
mas sinto a agilidade de uma corça,
num sonho que desperta e que me endossa
ao vago imaginário a que eu me dou…
Aí me refocilo fortemente,
supondo ser alguém que desconheço,
no mundo ou no reinado dum demente…
Por fim, angustiado, eu me despeço
do ser que jamais fui, esse eu ausente,
e ao ver-me como sou, no meu regresso…
(Rui Rosas da Silva)
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