Tipos de carácter – O fleumático
O Fleumático
Características: não-emotivo, activo, secundário.
É extrovertido e na escola tende a ser activo, meticuloso e hábil no raciocínio. Prefere brincar sozinho, ainda que aceite sem protestar, mas também sem grande entusiasmo, a companhia dos outros. É inclinado a executar com exactidão as suas tarefas; cuida e mantém em ordem as suas coisas.
Na vida familiar, desenvolve-se de modo tranquilo, sem maiores problemas; é dócil e não manifesta grandes efusões. Ama os pais por senso do dever e por gratidão. Nunca é causa de inquietação para a família ou de dificuldades para os professores. Isola-se de quando em quando com prazer; agradam-lhe brincadeiras calmas, como jogos de montar, baralho, xadrez. Mostra-se geralmente pouco loquaz, franco, simples, muito calmo. Manifesta, às vezes, um frio senso de humor.
Acomoda-se com facilidade, não gosta de novidades, é naturalmente disciplinado. Não é muito expansivo, tem interesses intelectuais, e uma propensão exagerada para a ordem e a limpeza extrema. Quando é encarregado de um trabalho directivo, executa-o de maneira precisa e exacta. Tem vontade de fazer bem as coisas e não teme o esforço, desde que se trate de coisas do seu interesse. É pouco esportivo. Cede de vez em quando às inovações, mas logo volta ao tradicional. No estudo, procura ter ordem, classificar e resumir o que aprende; gosta de estudos históricos e filosóficos. Possui um espírito sólido e aberto.
Modo de tratar: estimular-lhe a emotividade, gradativamente e com muito afecto, pois não se obterá nada dele através da violência. Favorecer-lhe os contactos com o ambiente; não fará logo grandes amizades, mas começará a abrir-se aos outros. A acção da família deve orientar-se sobretudo no sentido de levá-lo a conviver com os outros. Mostra-se de vez em quando alegre, cordial, quase afável; lembrar-lhe esses momentos, rodeá-lo dos amigos que prefere, eliminar pela raiz as suas manias habituais, introduzindo na sua vida algo de novo e inédito. Não lhe permitir que se entregue excessivamente às suas reflexões e que se isole muito. Atacá-lo no seu ponto fraco: o raciocínio. Pô-lo em contacto com a natureza, que de início nada lhe dirá, mostrando-lhe, por exemplo, a beleza de uma paisagem. Procurar que participe de jogos colectivos e de conversas de grupo; geralmente prevalece nele a actividade, e precisa efectivamente contar com ela, uma vez que é o seu elemento positivo. O ambiente familiar deve estimulá-lo e arrastá-lo, apoiando-se na sua actividade.
“Conhecer o temperamento dos filhos”
(Anna Maria Costa, in “Conheça seu filho”, 3ª edição, Quadrante, São Paulo, 1995″)