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Brincava, ramo a ramo, um passarinho,
em saltos que ensaiava em voo breve,
cantando tão feliz e tão alegre,
qual jogo irrequieto dum menino…
Parecia o seu gorjeio quase um hino…
Eu disse p’ra mim mesmo: não me serve!
Talvez até me encante, até me enleve,
mas nada tem a ver com o meu destino…
Pensei, melhor, de novo… e de repente,
mudei de opinião e fui-me rindo,
aos poucos, de mim mesmo, tendo em mente,
que às vezes sou essa ave, consumindo
o tempo em ilusões, levianamente,
enquanto a minha vida vai fugindo…
(Rui Rosas da Silva)
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